domingo, 30 de janeiro de 2011

God of War: Ghost of Sparta


Há dois anos, a desenvolvedora Ready at Dawn, após o lançamento de “God of War: Chains of Olympus” para PSP, declarou oficialmente que não iria mais criar jogos para o portátil. A empresa chegou ao extremo de divulgar publicamente fotos de kits de desenvolvimento devolvidos pelo correio, e na época isso soou como um "basta".

Obviamente, eles queriam deixar claro que eles estavam prontos para desenvolver jogos para consoles de mesa, por isso, foi com surpresa que vimos a notícia de que eles iriam desenvolver mais um título da série “God of War” para PSP.

A impressão é a de que eles foram obrigados a fazer mais um jogo e que, nessas condições, o resultado só poderia ser abaixo da média. Mas, surpreendentemente, “God of War: Ghost of Sparta” é um título fantástico, que demonstra, acima de tudo, a competência da desenvolvedora ao abordar uma mesma fórmula.

A história de “Ghost of Sparta” gira em torno do relacionamento de Kratos com a sua família, a sua mãe Callisto e principalmente o seu irmão Deimos. Enquanto a narrativa é provavelmente a melhor da série, isso é apenas uma desculpa para o espartano fazer o que ele sempre fez em todos os jogos, ou seja, trucidar tudo que ele vê pela frente.

E é nesse departamento que o jogo brilha, apesar das deficiências da tela do PSP. O combate é fluído, violento, e consegue até mesmo introduzir elementos novos dentro da mesmice que são as batalhas da série. Os inéditos Thera's Bane e Arms os Sparta introduzem uma nova camada de estratégia, no qual o jogador tem acesso a ferramentas que não dependem da barra de magia.

Outros aspectos do jogo não são tão originais: algumas batalhas com chefes são bastante similares aos confrontos de jogos anteriores da série e várias das localidades também são reusadas. Um dos cenários originais, a cidade de Atlantis, é revisitada mais tarde no jogo, e a cidade de Sparta, um local de relativa importância na história de Kratos, é apenas brevemente visitada.

Fãs da série também irão se cansar de enfrentar pela milionésima vez os mesmos minotauros, ciclopes e medusas, velhos conhecidos desde o primeiro “God of War”. Mas o jogo compensa isso ao conseguir colocar uma quantidade maior de inimigos ao mesmo tempo na tela, apesar de obviamente não chegar ao nível de “God of War III”.

“Ghost of Sparta” é um típico exemplo de um jogo de uma franquia excessivamente explorada, mas que, assim como Halo, consegue manter um nível de qualidade consistente.

É um excelente jogo, e, considerando as limitações do sistema, é um feito impressionante da Ready of Dawn. A desenvolvedora mais que provou a sua competência, já está mais que na hora de a empresa ter chance de trabalhar em algum jogo original: vamos apenas torcer para que a Sony não invente de querer criar alguma outra side-story de “God of War” com algum primo desconhecido ou algo absurdo como “God of War: Spartan”.

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